terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Maré da Vida

Hoje, uma escrita banal.
Vou largar o que tem vindo a ocupar a minha mente e falar. Falar, gritar, explodir em palavras, em gestos e ideias atiradas contra o papel. Vou fazer uso da expressão e espremer o mais sumarento sumo do que vejo passar diariamente no lado do olhar que só eu vejo, a legenda por baixo da realidade.

Vou criar, por palavras uma imagem na mente de quem ler.É tão simples:
Vejo areia dourada a reflectir o sol que se estende lentamente ao longo da margem, o mar que, sereno, se arrasta até aos meus pés e volta para trás novamente, ruidoso. O céu azul manchado de laranja e amarelo brilhante que ofuscam a vista deliciada com este manjar de sensações. Uma praia vazia. Única.
Poderia continuar, mas já criei, neste parágrafo, uma imagem do que passou vagamente na minha mente. Assim é uma escrita banal.

É inevitável, e surpreendente o poder das palavras. A capacidade de transmitir de mim para todos o que lembro e como o lembro.Poderia lembrar de outra maneira:
Vejo um sem fim corredor de areia monótona e constante cortado pelo sol, que pequeno e difuso que me arranha os olhos e me ensurdece silenciosamente. O mar, irrequieto vai voltando sem sentido e insiste em gelar-me sempre que me toca, causando-me arrepios. O céu, com rasgos de cor e nuvens perdidas, uma irritação de incertezas nesta praia. Uma praia vazia. Monótona.

A prova de que tudo o que vejo ou lembro está forrado do que sinto ou do que quero sentir. Tudo está implicado na maneira como quero ver as coisas. Porque tudo já existe, eu só lhe dou uma importância maior ou menor, mais positiva ou negativa, ou qualquer importância de todo. Tal como nesta praia imaginada se vê tudo o que se passa na vida.
Só temos que saber olhar duas vezes.
Porque no fundo, é só uma praia.

Vivemos sempre na mesma praia, por vezes o sol aquece, noutras queima. O mar cura ou gela. A areia suporta-nos ou simplesmente chateia. O som embala ou desperta. O som é ruído que fere ou melodia que embala, a luz é claridade na escuridão ou chama ao olhar, e a praia é monótona e banal ou diferente em cada pedaço e única em todo o seu ser.

Mas a praia, é só uma praia. E isso não muda nunca..

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Alegrias

Quantas alegrias são pisadas e esmagadas porque as pessoas levantam os olhos para o céus e são indiferentes ás que estão aos nossos pés..

domingo, 28 de dezembro de 2008

Bem-vindos =D

Alo Alo!
Cá estou eu no mundo dos blogs (ainda meia perdida, confesso)… Mas devido a vários pedidos de varias pessoas, aqui esta ele:

O meu blog!

Sejam muito Bem-vindos!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Deixei para trás as sapatilhas de bailarina e segui um caminho incerto.

Esqueci-me das regras
Perdi a vergonha
Apaguei preconceitos
Revelei segredos
Extingui medos
Eliminei as dores
Respirei fundo
E nasci de novo.
Os meus pés estão cansados e a caminhada ainda não chegou ao fim.
Pergunto-me se algum dia encontrarei o que procuro, e pergunto-me também, o que ando a procura.
Lanço-me nas estradas, sem olhar distâncias, correndo riscos, mas sem traçar uma rota definitiva.
Por vezes perco-me e volto para trás, faço travagens bruscas, ando à boleia, mas frequentemente eu me questiono: será que alguém se pode perder sem saber sequer para onde quer ir?
Esta incerteza torna os meus passos inseguros, o meu olhar vacila nas direcções, o meu coração não se decide, e o vento engana-me, de novo.
O meu sangue revela a minha travessia, o seu vermelho profundo, vivo, quente, vai manchando os caminhos por onde passei, as pedras onde me cortei, aqueles que conheci, os poucos que amei, os poucos que não esqueci.
Se tentar traçar um mapa, sei que o vento levará as linhas. Se construir um castelo, as ondas vão deitá-lo abaixo, mais cedo ou mais tarde.
Mas eu sei que nunca desaparecerei definitivamente.
Nem ventos, nem tempestades, nem ódios, nem o tempo, me vão apagar.
A razão é simples.
Nunca serei totalmente nada, porque deixo um bocado de mim em tudo o que toco, em todos os que conheço. Por vezes não deixo quase nada, apenas uma leve brisa etérea que recorda a minha presença, e noutras vezes, deixo quase tudo, deixo parte do coração, deixo um abraço eterno, deixo um pouco de amor.
E enquanto esta memória durar, as imagens, os textos, as saudades, os abraços, as noites vividas, as amizades, os amores, as aventuras e desventuras, os pecados, as virtudes
(e tudo o que me diz respeito,)
Nunca se irão por completo, enquanto alguém pensar em mim.
E num futuro longínquo, quando todos nós formos de novo apenas pó de estrelas no imenso espaço, o que eu criar agora, continuará a existir.
Porque a arte não morre nunca. Simplesmente, muda, transfigura-se, esconde-se, mas nunca se perderá.
Mariana Fernandes, 24 de Dezembro de 2008.